13/02/2014
A área de acompanhamento de obrigações da Anatel está debruçada sobre um paradoxo. Ao mesmo tempo em que existe uma percepção generalizada de que a qualidade dos serviços de telecomunicações é ruim, os dados estatísticos coletados nos indicadores de cumprimento de obrigações de telefonia móvel e banda larga não trazem um cenário tão ruim quanto se poderia esperar. A conclusão da área técnica da agência é que existe um problema de escala. A Anatel está olhando os indicadores no nível macro, enquanto os problemas que geram insatisfação aparecem no nível micro.
Por isso, a agência trabalha para começar a exigir das empresas um detalhamento muito maior dos problemas de qualidade. Hoje, pela regulamentação dos serviços móveis, as metas de qualidade são por área de numeração. A agência quer começar a exigir essas metas no nível de cada estação radiobase (ERB) de forma individualizada.
A constatação de que talvez o problema esteja no nível de foco se deu com a cautelar que obrigou a interrupção da venda de serviços, em 2012. Desde então a agência passou a fazer o acompanhamento por município, e não apenas pelas cerca de 60 áreas de numeração existente. Isso já trouxe o problema para uma outra escala. Se no geral os indicadores estão sendo cumpridos, no nível municipal nota-se que existem problemas crônicos. E os técnicos acreditam que quando a Anatel começar a olhar o desempenho de cada ERB, perceberá uma outra dimensão dos problemas.
A ideia da agência é fechar quais serão os parâmetros cobrados da empresa e a metodologia de coleta de dados até o próximo mês, para que no meio do ano já seja possível ter um diagnóstico mais pormenorizado. As mudanças dos critérios de análise, em princípio, não implicarão mudanças nos regulamentos atuais, mas apenas na forma como as informações são cobradas.
Fonte: Samuel Possebon - Teletime
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