30/01/2014
Mais da metade dos smartphones em uso no mundo já conta com aplicativos de mensagens IP oferecidos por terceiros, ou, pelo jargão, over-the-top. Um estudo publicado pela Analysys Mason sustenta que as operadoras móveis estão perdendo feio essa disputa em um mercado que cresce exponencialmente: o volume de mensagens via OTTs deve dobrar neste ano.
"Grandes atores da Internet, como Apple, Facebook e Google, identificaram o mercado de mensageria como um alvo complementar a seus negócios principais. Além disso, startups especializadas como Kakao, Line e WhatsApp vêm conduzindo a inovação nas características desse serviço, bem como nos modelos de negócios que o sustentam", diz o estudo.
Mais do que isso, a Analysys Mason avalia que os serviços de mensagens IP são muito mais eficientes em engajar os usuários do que o SMS. Não por menos, o WhatsApp bateu recorde em junho do ano passado, com 10 bilhões de mensagens enviadas em um único dia – o que significa uma utilização aproximada de mais de 30 mensagens por dia de cada usuário.
"O volume total de mensagens enviadas a partir de dispositivos móveis por serviços IP superou o volume de mensagens por SMS pela primeira vez em 2013 – mais de 10,3 trilhões contra 6,4 trilhões em todo o mundo. Essa tendência deve continuar. Estimamos que o número de usuários em smartphones vai aumentar de aproximadamente 1 bilhão para 3 bilhões em 2018. O volume de mensagens associadas a serviços OTT deve quase dobrar em 2014 e mesmo chegar a 37,8 trilhões de mensagens enviadas em 2018".
Se esse cenário é quase intuitivo para quem faz uso de dispositivos móveis, o estudo da consultoria é mais um a indicar a dificuldade das operadoras em inovar. "O papel cada vez mais fraco das operadoras na cadeia de valor da mensageria sugere que é só uma questão de tempo para os serviços SMS serem deslocados de sua posição de serviço 'padrão' nos smartphones".
Para completar, OEMs (ou seja, fabricantes ou montadores de aparelhos) e desenvolvedores de sistemas operacionais se movem 'agressivamente' nesse mercado, o que significa que será cada vez mais comum que sistemas 'alternativos' de mensagens sejam eles sim disponibilizados como 'padrão' nos equipamentos.
Segundo a Analysys Mason, nesse mercado fragmentado, as operadoras potencialmente serão deixadas como 'terceira opção', atrás das capacidades nativas dos aparelhos neles instaladas a partir de seus sistemas operacionais (Android, iOS ou Windows Phone) e dos aplicativos que funcionam em qualquer plataforma (WhatsApp, Skype, etc).
Mesmo as recentes iniciativas das teles não são vistas com muito otimismo. O RCS (Rich Communications Services), patrocinado pela GSMA, "podem ajudar a limitar a substituição em alguns mercados, mas não deve garantir mais do que parcelas menores do mercado", diz o estudo. "Na maioria dos casos, o momentum das alternativas OTT é muito forte e as operadoras carecem de meios animadores de diferenciação em mensageria".
Fonte: Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital
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