14/10/2014
O diretor de regulação e atacado do grupo espanhol, José Juan Haro, citou relatório do GSMA que critica governo mexicano por criar operadora única de atacado com faixa de 700 MHz.
As operadoras de celular da América Latina estão com grandes problemas de sustentabilidade financeira e os agentes reguladores devem estar atentos para essas questões, alertou José Juan Haro, diretor de regulação e atacado do grupo Telefónica. Ao fazer uma “mea culpa”, admitindo que o setor de telecomunicações não consegue “contar o seu lado da história” para os governos e sociedade, ele assinala que, embora a infraestrutura de telecomunicações seja a melhor em toda a América Latina em relação outras instalações – como portos, aeroportos, água, etc -, conforme relatório do Fórum Ecônomico Mundial, o setor passa a impressão de que tem alta lucratividade e que não faz os investimentos necessários. “No entanto, são muitas as operadoras na região com problemas financeiros e de sustentabilidade efetivos”, assinalou.
Para ele, os reguladores devem ficar mais atentos a essas dificuldades. E citou o caso do México, no qual o governo decidiu que não vai leiloar a faixa de 700 MHz, mas vai criar uma empresa através de uma PPB (parceria público privada) para um operador único vender a ocupação da frequência para as operadoras lá instaladas – entre elas os grupos Telefónica e o América Móvil. “Havia a experiência do operador único para oferta de atacado com a rede fixa. Com a rede móvel, só conhecemos esta proposta em Ruanda e na Rússia”, observou o executivo. Segundo ele, este modelo gera ineficiências, visto que as operadoras de celular que atuam no México só têm altas faixas de frequência e este modelo poder atrasar o desenvolvimento da banda larga no México. Além disso, para ele, ainda não está claro como esta empresa irá se viabilizar. “Se vender a capacidade a valores muito altos, não iremos comprá-la e a frequência ficará subutilizada. Se vender a preços muito baixos, a empresa poderá não se viabilizar”, assinalou. Segundo ele, serão investidos US$ 10 bilhões para a construção desta rede.
Citou também o exemplo do Chile, que, na sua opinião, também errou no passado, quando proibiu que os operadores que atuavam na região comprassem frequência no leilão de 1,7 GHz para atrair novos investidores. E hoje, salientou, os operadores que entraram no mercado não estão conseguindo ocupá-lo, e as mesmas faixas passarão a ser compradas pelos antigos players. Harto participa do Futurecom 2014.
Fonte: Miriam Aquino - TeleSíntese
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