30/09/2014
O quase nenhum ágio nas compras dos três lotes por Claro, TIM e Vivo e a desistência das teles de 'bloquearem' o quarto lote à concorrência, leia-se o que seria destinado à Oi caso a tele tivesse participado, não chegaram a surpreender aos analistas do setor de Telecom. "São licenças caras para quem só vai usar daqui a cinco anos", disse Eduardo Tude, do Teleco, ao falar do não interesse pelo espectro que seria destinado à Oi.
Para Rafael Fanchini, diretor da área de consultoria da EY (Ernest&Young), a Anatel e o Governo não têm o quê reclamar. "O preço foi o estipulado pela agência, com o aval do TCU. Só não arrecadou mais porque a Oi não veio". E a própria Oi pode se animar. Analistas não acreditam que as rivais vão participar do 'leilão das sobras'.
"Não acredito que Claro, TIM e Vivo participem de um novo leilão num curto prazo - a Anatel já especula fazer um superleilão em 2015 com as sobras. O preço pago foi alto e estipulado pelo governo, Anatel e respaldado pelo TCU. A Oi poderá, sim, ter a sua oportunidade mais à frente, mas pagará um valor muito semelhante aos das teles que entraram hoje por conta da migração da TV digital", pontua ainda Fanchini.
Posição defendida também por Eduardo Tude, do portal Teleco. Para ele, Claro, TIM e Vivo não tinham porquê bloquear a rival. "Seria um custo muito elevado e o leilão já foi muito caro para as teles - em torno de R$ 3 bilhões para cada uma. E essa faixa só poderá ser usada em 2018/2019, sendo que em São Paulo, apenas quando a faixa estiver completamente limpa", pondera Tude. Para o analista, não houve vencedores entre as três teles que compraram espectro. "Os lotes são absolutamente iguais. Não vejo predomínio de nenhuma sobre outra", avalia.
O ex-ministro das Comunicações e diretor da Orion Consultoria, Juarez Quadros do Nascimento, avalia que as três teles que compraram a licença nesta terça-feira, 30/09, foram as maiores vitoriosas da licitação. "Elas não pagaram ágio e conseguiram uma faixa de espectro relevante. Tanto que elas não se interessaram pela segunda rodada de 5MHz +5Mhz. O que abre porta para a Oi, mais à frente, recuperar o seu espaço o para outras concorrentes. As rivais não se preocuparam em bloquear frequência como já o fizeram no passado", salienta.
Para o Governo, o leilão, na opinião do especialista, não foi tão bom. "O governo perdeu quase R$ 3 bilhões sem a Oi e sem empresa estrangeira interessasda e precisará ter esse recurso para a limpeza da faixa e para colocar a TV Digital no ar', sintetiza. O diretor da área de Consultoria da EY, Rafael Fanchini, por sua vez, diz não gostar de avaliar o leilão com vitoriosos e derrotados.
Para ele, o leilão 4G foi uma ação de negócios. "A Anatel sabia que esse não era o melhor momento econômico para vender a licença. O fez porque o Governo precisava dos recursos. Os preços fixados foram os desejados e avalizados pelo TCU. As teles fizeram um esforço. Foi um investimento alto. O negócio foi feito, mesmo com a ausência da Oi", completa.
Fonte: Ana Paula Lobo - Convergência Digital
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